TERAPIA FAMILIAR BREVE NA ESCOLA.
A Terapia Familiar apresenta-se como uma área de conhecimento ainda pouco explorada na psicologia, talvez por sua diversidade de modelos conceptuais. Porém observamos que, quando saímos de visão individual e olhamos com um olhar relacional para os nossos alunos, entendemos o quanto se faz necessário à aplicação dessa terapia na infância e na adolescência. Pensando assim a Escola Monsenhor Leopoldo Hoff, em parceria com o CAIFCOM,vem desenvolvendo a orientação pedagógica, auxiliada pela Terapia Familiar,para doze alunos com suas respectivas famílias,na perspectiva de uma visão conjunta escola- família, minimizar conflitos, nas relações diárias ocorridas na escola como: Bullying, indisciplina e todos intempéries ocorridos na vida cotidiana da escola. Entendemos hoje, que o movimento terapêutico na escola, se faz necessário de maneira sistemática, pois a cada dia a necessidade de mais atendimentos acontece, visto a escola atender um público alvo de oitocentos e quarenta alunos, no Ensino Fundamental e Médio em dois turnos, oriundos de uma comunidade carente de orientação socioafetivo, que requer atendimentos diários. Assim, o pensamento harmônico dos autores, Kuiava, Sangalli e Carbonara [2008], contemplam o projeto, quando afirmam que; “O agir comunicativo caracteriza melhor as atividades de educação e o processo de ensino e de aprendizagem. No agir comunicativo, tanto o conhecimento quanto a linguagem, realizam a totalidade das funções. O conhecimento é, ao mesmo tempo, técnico, estratégico, empírico, teórico estético e prático.” Sendo assim, podemos pensar que a possibilidade da linguagem, como instrumento, na Terapia Familiar, adquire identidade escolar, quando se apresenta como discurso prático,teórico, estético e terapêutico numa visão transdisciplinar. Porém a carência de um Terapeuta Familiar, permanente na escola é um fator existente. Sendo esse atualmente essencial e preponderante para dar continuidade ao trabalho colaborativo. O que nos faz solicitar a V.S. a contração deste professor na condição de Terapeuta Familiar. Para contemplarmos a comunidade escolar, pelo viés da transdisciplinariedade.
INTRODUÇÃO
Este documento pretende ser um instrumento, pedagógico, filosófico, transdisciplinar, científico e Terapêutico, de construção coletiva entre a Escola Monsenhor Leopoldo Hoff, sito a Rua Moema, 255 – Chácara das Pedras- Porto Alegre- RS. Atualmente atende ao ensino fundamental e médio, em dois turnos, tendo como público alvo, 840 discentes, sendo seu quadro diretivo e docente composto de cinquenta e nove docentes, e dez funcionários. Como parceiro para a efetivação deste projeto, temos o CAIFCOM- Centro de Ensino Pesquisa e Atendimento do Individuo, Família e Comunidade. Esse Centro traz em sua bagagem, uma tradição estabelecida na oferta de formação continuada de professores para a educação de Terapia Familiar através de seu Curso de Mestrado em Terapia Familiar e Casal, ora aplicado também para a Escola. Pois tem a perspectiva de formar o sujeito reflexivo, questionador, aberto às inovações, supondo a construção de uma sólida formação científica na área específica, aliada de consistente formação pedagógica, filosófica, na questão relacionada à formação do Índice de desenvolvimento humano, cultural e socioafetivo. Assim como, atender de modo mais amplo possível, com flexibilidade e autonomia aos interesses prioritários do sistema educacional. A proposta está pautada, por linhas pedagógicas gerais e historicamente construída, ao longo de quatro décadas dos respeitados conhecimentos científicos do psiquiatra e fundador da Teoria Familiar Breve, Groisman [2012], identifica a Terapia Familiar Breve, tanto na infância, quanto na adolescência, como indicação terapêutica primordial. Assim, como os conceitos transdisciplinares, alicerçados na Teoria Vibracional, viabilizando uma educação voltada para o sensível, vivenciados pela Doutora Valquíria Pezzi Parode, a mais de uma década, autora desta teoria, sendo a mesma, convidada para orientação deste projeto.
2. JUSTIFICATIVA
De acordo com a Constituição Federal de 1988 e com a Lei 9394/96, que trata das Diretrizes e Bases da Educação Nacional e o Plano Nacional de Educação, a construção da autonomia escolar deverá ser resultado da Gestão democrática, através da qual a escola deverá assumir compromisso com a construção de sua identidade. Sendo assim, desde o segundo semestre de 2015, a Escola Monsenhor Leopoldo Hoff, na perspectiva de minimizar a indisciplina na escola, volta seu olhar, para além dos muros da escola, indo à busca das famílias de seus alunos. A direção e sua equipe docente associaram ao trabalho de orientação escolar, a terapia familiar breve, visando criar possibilidades de entender o que se passa na vida de seus e alunos e de suas famílias respectivamente.
A preocupação de entender e acolher a relação do aluno no contexto de suas famílias está muito em voga, pois a priori seria comum que os conhecimentos primários fossem ensinados pela família. No entanto, devido às transformações vivenciadas pelas duas instituições ao longo do tempo e da história da humanidade, o momento atual nos mostra, que enquanto docentes precisamos ter um olhar transdisciplinar para a formação plena de nossos alunos. Por esse viés, precisamos entender o que se passa fora dos nossos portões.Por outro lado,sabemos que as pesquisas apontam e entre elas salientamos, Parode[2007]quando diz,que “o modelo educacional moderno se distância do sujeito, na medida em que ,impõe uma unidade de método,pois propõe acumulação de conhecimentos fragmentados,usando uma linguagem que procura a formalização e o enquadramento , unidimensionalizando,excluindo assim as diferentes dimensões da realidade.A educação voltada para o campo do sensível, com um enfoque transdisciplinar, pelo contrário, visa trabalhar o Ser em todas suas dimensões; corpo, alma e mente.” Nesse sentindo sabemos que todo individuo provem de um núcleo familiar relacional e diante disto,como poderemos entender uma pessoa fora do seu contexto? Somente com as informações trazidas pelos membros desse núcleo familiar, teremos subsídios para orientar esse sujeito. Caetano e Yaegashi [2014], argumentam que ” a família atual reconhece que a escola é a instituição habilitada e legítima auxiliar na educação e formação de seus filhos, sendo assim, demonstram real interesse em atuar em parceria.” Porém sabemos que vida cotidiana da escola, perpassa por vários temas relevantes, sendo as atitudes peculiares ao desenvolvimento humano as mais significantes, para receberem orientação necessária à formação integral do sujeito. Alguns temas, antes considerados apenas escolares, atualmente são casos de interesse da família, como por exemplo, o caso do bullying,assim como,a violência doméstica, passa a ser de interesse da escola. Nessa perspectiva, se faz necessário a cada dia ter suporte orientador, para acolher e acompanhar o desenvolvimento de cada aluno, juntamente com o atendimento personalizado a cada família, ora identificado pelo professor e indicado ao Terapeuta Familiar da escola.
3-OBJETIVO
Esta proposta objetiva traçar os parâmetros que nortearão os princípios e as diretrizes para a orientação das crianças, adolescentes e famílias vinculadas às atividades de ensino da escola Monsenhor Leopoldo Hoff, se respaldando nos conhecimentos científicos do psiquiatra e fundador da Teoria Familiar breve, Groisman [2012],quando enfatiza a sua ansiedade dizendo, “Ademais, manifesto minha preocupação com a profusão de diagnósticos aplicados a essa fase do desenvolvimento e a consequente medicalização dos problemas emocionais, o que pode levar paradoxalmente, a uma verdadeira patologia, rotulando, talvez para o resto da vida, aquela criança ou adolescente. Ao situarmos a criança e o adolescente como um emergente de uma crise familiar ou conjugal o problema deixa de ser individual para ser relacional- todos somos seres relacionais.”.
Pensando assim, ao sairmos de uma visão individual, para a uma visão relacional, estaremos fazendo uso da metodologia onde a terapia familiar breve, conversa com o assunto indisciplina, na possibilidade de comprometer os integrantes da família na problemática ora apresentada de modo a ser resolvida.
4-METODOLOGIA
A metodologia aplicada é qualitativa e descritiva. O que prevalece é o acolhimento e a orientação ao aluno de maneira relacional com a sua família.Portanto é necessário informar o conceito sobre família. Segundo Lima [2002] “A família é um sistema sociocultural em transformação. O modelo de família hoje, se caracteriza pela sua diversidade.” Para FISHMAN; MINUCHIN [2007], família é um grupo natural onde se desenvolve padrões de interação, onde a união faz a coexistência.” Segundo GROISMAN [2015], A família é um sistema de forças no qual cada individuo representa um vetor, que tem uma função, uma potencia que interage com os demais produzindo o funcionamento desse sistema.
5-CRONOGRAMA
O projeto tem como prazo de desenvolvimento o ano letivo de 2016, com a pretensão de ser parte das futuras estratégias de ensino aprendizagem, com atendimentos diários na escola, efetivadas nos dois turnos.
6 -INVESTIMENTO NO PROJETO
Para a efetivação continua do atual projeto é necessário à disponibilização integral do terapeuta familiar na escola. O que hoje é proporcionado como trabalho voluntário duas vezes por semana em turnos inversos, mas que denota grande evolução de resolução disciplinar, bem como entendimentos relacionais, nos casos já atendidos.
O investimento do projeto monta apenas, na contratação da terapeuta familiar, Rosmary Maria Machado da Silva, CPF 253127310-72, RG 1005697626, inscrita nessa secretaria como professora, cujo currículo tem como formação Filosofia (UNIFRA), Especialista em Docência e Tutoria em EAD (PUCRS), Mestranda em Terapia Familiar, (CAIFCOM), ora habilitada como terapeuta por essa instituição.
7- REFERÊCIAS TEÓRICAS
FISHMAN Charles; MINUCHIN, Salvador. Técnicas de terapia familiar. Porto Alegre: Artmed, 2007.
GROISMAN, Moises. Terapia familiar Breve na Infância e na Adolescência.
LIMA, Cristina Maria de Almeida. Terapia de família e casal na abordagem centrada na pessoa. XI Encontro Latino da Abordagem Centrada na Pessoa, 2002.
MINUCHIN, Salvador. Families and family therapy. Cambridge: Harvard University Press, 1974.
PARODE, Valquíria. Estética Vibracional: um processo multidimensional de ampliação de consciência / Valquíria Pezzi Parode – Porto Alegre: Alcance, 2007.
Publicado no Recanto das Letras sob código de Registro = T5825155.
Site: http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/5825155
FAEME FACULDADE DO MEIO NORTE
CENTRO DE ATENDIMENTO ENSINO E PESQUISA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE
Projeto Terapia Familiar Breve na Escola Monsenhor Leopoldo Hoff
Rosmary Maria Machado da Silva, Mestranda em TF.
Doutora. Valquíria Pezzi Parode, orientadora do Projeto
Porto Alegre, RS, 2016.